Olhar para trás nem sempre é retroceder.

Olhar para trás nem sempre é retroceder.

domingo, 21 de dezembro de 2014

O ciclo


Queria viajar com você e perceber que não são os lugares que escrevem nossa história;

Queria deitar com você e notar que o tempo não apagou a chama que proporcionou o primeiro beijo;

Queria navegar com você por mares revoltos só para confirmar que terei sempre a sua companhia a cada tempestade;

Queria ter a certeza que hoje desapareceu;

Sumiu no dia a dia corrido;

No esquecimento de um bom dia;

No afago cada vez mais raro da noite;

No olhar infeliz que já não conta com os abraços despretensiosos;

Até a pipoca das tardes frias regadas a bons filmes sumiu levada pela falta de ‘apetite’;

Queria ter a certeza de que tudo ainda respira mesmo diante de tantas provas contrárias;

Há males rondando o brilho, ofuscando o sorriso e maltratando a magia;

Penso no futuro e confesso que ele se encontra obscuro e pode renascer ou sepultar meus mais profundos sonhos;

Agora busco a minha própria contemplação. Na dor do Ser descubro os meus sonhos ainda não realizados, os morangos ainda não colhidos, as fotos dispensadas, os amores poupados, as tentações evitadas e as dores desnecessárias;

Sou o resumo de meus erros e acertos e na contabilidade da vida possuo saldo positivo que não é garantia de uma nova janela rumo ao recomeço.  

Cláudio Andrade


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Dor da saudade


Levantei para te vigiar; 
Deitei para com você sonhar; 
Acordei cedo para muito em você pensar; 
Sem você morro pouco a pouco sem querer ressuscitar; 
Subo aos céus e de lá, estrela de luz fico a te velar;
Festa no céu, depois de tanto tempo sinto você chegar; 
Entrelaçados pelo espírito restam-nos caminhar com direito a sonhar; 
Esse amor ontem terreno hoje celeste, para sempre eterno. 

Cláudio Andrade.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Paixão


Por Ariana Rodrigues

Paixão, sensação gostosa que toma conta da gente. Desatina, abala a respiração e muda a forma da gente enxergar a vida. Tudo ganha cores e as flores desabrocham de repente. A partir de então, vivemos numa constante primavera emocional. A paixão modifica a paisagem do dia, nossos sentidos passam a ter sentido. Nosso coração respira diferente. 

O corpo responde e a alma sorri. Estar apaixonada é flutuar sem se preocupar com a queda, é arriscar para matar a sede da saliva, do suor da pele, abdicar dos próprios pensamentos para entregá-los a uma só pessoa. Apaixonada, burra, boba, idiota, mas feliz.

 Lembrar dele desde a hora de vestir a roupa, passando perfume, ajeitando o cabelo e até quando postamos uma frase no Facebook. Esperar que ele curta, comente, interaja, saiba da nossa existência. 

Apaixonar-se é alimentar-se da atenção alheia para seguirmos em frente. É encantar-se com uma nuvem que cerca o sol, com a chuva batendo no vidro, com o frescor de uma nova vida. Estar apaixonada é viver além do permitido, é descobrir que existe algo maior do que os limites do corpo. 

Estar apaixonada é o vestibular da vida amorosa, teste de fogo para a escola do amor. Estar apaixonada é tão bom quanto perigoso, mas não trocamos essa sensação por nada. 

Mesmo que o desapego nos machuque, a dor não é maior do que a vontade de viver uma paixão novamente. 

 Paixão pode ir e voltar, pode doer e machucar, mas enquanto ela permanece, nos traz uma felicidade incomum, restrita apenas aos apaixonados. Eu amo estar apaixonada e me apaixono a cada dia por essa vontade de viver.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Meu passado


O passado que carrego na minha mente é recheado de lembranças que são melancólicas devido à saudade que tenho delas e a certeza de que não há como senti-las de novo. 

 Cláudio Andrade.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Lendo você


Já terminei de ler você.
Os parágrafos da sua mente me deixaram extasiados;
A cada vírgula contida no seu beijo eu respirava para não perder o fôlego;
Nas frases feitas fingi não conhecê-las, para que você não perdesse o entusiasmo;
Nas estrofes agressivas, fiz-me de morto, para que elas terminassem logo;
Com um livro sem título busquei respostas em cada encontro, mas voltava para casa sempre com novo enredo, ora belo, ora triste;
As rimas ditas ao pé do ouvido eram simples, às vezes infantis, mas quem não vira criança, quando envolto pela chama do amor?
Os erros desse misterioso e galopante sentimento ficaram guardados, inclusive nas palavras mal ditas que, diante da atração irresistível, foram reescritas em homenagem ao bem maior;
Agora, que terminei de ler você, compreendo que há livros que ficam para a eternidade e você, na qualidade de obra, estará para sempre na minha estante chamada coração.
Cláudio Andrade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O toque do seu celular



NÃO quero saber da música que ele emana e sim do ritmo de nosso amor; 

Quando você atende, parece que tudo clareia e que o mundo vale a pena; 

O seu alô é bálsamo e transforma saudade em alegria;

Sei que um dia isso pode acabar e a sua voz, hoje tão natural, poderá ser substituída por uma mecânica gravação; 

Nesse dia, espero que a sua ausência seja devido a novos tempos e que eu possa sentir, mesmo à distância, os clarões fantásticos gerados pela sua felicidade. 

Olhares

Olhares fracos de velhice; 
De lince, tamanha a exatidão; 
De criança, que tudo alegre vê; 
De mãe, que por amor às vezes finge saber; 
De amor, que insiste em não querer ver o fim; 
De paixão, que tudo quer e deseja com os olhos;
De inveja, que tudo murcha; 
De superioridade, que vez ou outra supera; 
De tesão, que por vezes goza; 
De medo, que por segundos chora;
De saudade, que agora sente; 
De solidão, mesmo com companhia; 
De sonhos, que de noite desperta; 
De abundância, que enche, mas não contempla; 
De morte, que tudo acaba; 
De esperança, que tudo floresce; 
Olhos, olhos, olhos, onde estão vocês?

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Entre o corpo e a mente


Eu prefiro tocar o seu corpo à sua mente. Nas suas curvas eu me sacio e NÃO me preocupo com a razão, ao passo que investir nos seus pensamentos, corro o risco de me enganar, afinal nem sempre os desejos emanados pelo corpo representam as verdades concretizadas pela mente. 

Cláudio Andrade.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A balada do adeus.


Acordou sem ânimo. Banho, café, cigarro e a janela ainda emperrada fechavam o ciclo batido de seu acordar enfadonho.

Desceu pela escada, por recomendação médica e optou por caminhar até o trabalho, mesmo odiando o suor, que aos poucos escorria na sua face e ensopava a sua camisa.

Já sabia, de antemão, que a vida estava insuportável, mas não seria covarde a ponto de dar fim a ela, sabendo que algumas pessoas, poucas é verdade, não suportariam a sua ausência.

No caminho, teve a oportunidade de pensar em como seria a vida sem a sua presença. Pais, filhos, esposa, amores, paixões, amigos e inimigos, como viveriam sem a sua participação terrena?

Ao se deixar “deitar”, nesse divã natural, regado ao sopro do vento e ao balanço das flores, percebeu que estava praticamente só. Na verdade, a maioria das pessoas em sua vida, eram caricaturas do óbvio.

Uma legião de seres que navegaram em sua vida sem terem a percepção das suas necessidades e angústias. A verdade era que a sua melancolia era crescente, assustadora, forte e desafiadora.

Era necessário correr, não para o trabalho, mas para um ponto no mar, na terra ou no céu. Buscar uma referência que lhe permitisse saborear a sua verdadeira pessoa, sem capa, sem bom dia, sem fome e sem sede.

Olhou para trás e viu o fechar das copas das árvores, a abertura do sinal, o cheiro de terra molhada e algumas faces sem nexo, despudoradas e deformadas aos olhos de quem queria e precisava ver, além da pele.

Queria dançar a música dos sonhos, beijar a boca do universo, gozar para todos os gostos, vender tudo que representasse dor e ressentimento e viver, viver, viver, passo a passo, a construção de algo novo, milimétrico ou não, mas que fosse de raiz, forte, alimentado e promissor.

Para disfarçar o cansaço, parou em uma loja de flores. A branca ele pensou na paz que queria estar sentindo. A vermelha, o reportou para a dor dos relacionamentos e a amarela, com cheiro de morte, o enviou ao enigmático e para o questionamento: Por que a morte tem odor?       
  
Por um instante, olhou as pedras do chão, com timidez para o sol, com sofrimento para as chagas do seu corpo e deixou tomar conta de si, a vontade de ir embora. Na sua frente, nada mais atraente do que aquele rio. Frio ou quente, as ondas eram um convite a uma viajem, certamente sem volta.

Viajaria por tantos lugares, molhado, arrependido, mas com tempo de pensar. Debaixo d’água o silêncio seria a sua companhia. Não saberia quantos segundos ou minutos, por questão de instinto, resistiria ao toque final do óbito.

Pesou seu corpo no parapeito, envergou seu coração e braços, mas o apito da vida começou a soar forte. Um feedback veio em sua mente, veloz, com pressa e cheio de palavras. O início do som fez a decisão ser postergada por instantes, mas a vontade de ir, para o outro mundo, ainda era fértil e rendia frutos poderosos pelo seu corpo.

Naquele momento, a falta de apetite em viver era tão grande que era capaz de colocar em lugar secreto todos os apitos que pudessem impedir a sua partida.

Cambaleando no parapeito, feito um pêndulo, o nervoso começou a tomar conta de seu íntimo. Uma briga interna, a luz do dia, entre a vontade de morrer e os sinais de que a vida ainda valia à pena.

Seu externo começou a se envergonhar, pois por fora, a vida estava rolando, com estresses, luzes, alegrias e tormentos. As águas continuavam correndo pelo rio e o convite para a viagem estava ainda pulsante.

Em um determinado momento, as forças positivas, vindas do apito, começaram a vencer, mesmo que de forma tímida, as aterradoras vontades de partir precocemente.

Devido a isso, o sentimento de covardia apareceu. Covardia de não querer encarar os problemas, os amores, as traições, os desejos mais secretos e os imensamente mórbidos. 

A luta interna começava a ultrapassar a barreira do íntimo e da mente. Agora, já fazia o corpo tremer, pulsar e transparecer que havia uma ebulição interna, retratada na batalha entre a vida e a morte.

Voltar para casa seria uma derrota ou uma grande vitória? Saberiam seus personagens, que a sua volta era uma vitória e não um vexame? Seria recebido com amor, devaneios, gratidão ou com desdém?

Não queria voltar, qualquer que fosse a sua decisão. Queria voar rumo a uma vitrine em que as roupas disponíveis fossem substituídas por dois portais, morte e vida ou limo e paraíso.

Queria escolher o caminho, mas uma amostragem seria um alento, que transformaria a decisão em algo mais ameno, sem cores, sem dor e decisivo.

As águas do rio já não representavam uma corrente tão forte e a possibilidade de emergir e esperar o fim já gerava dúvidas pertinentes que faziam com que a reta da morte escolhida pudesse ser trocada por curvas com vida e esperança.

Recuou do parapeito, respirou, secou a testa com a mão e pensou em algo leve e extasiante. Veio a sua mente, o rosto dos filhos que o estavam esperando para um abraço e por lições de como não sucumbir às fraquezas.

Era hora de retornar ao eixo, apertar as fivelas, inclinar a cabeça e amar sem esperar o retorno. Fazer por alguém sem aguardar a recompensa. Seria um ser diferente, com defeitos, mas normal e sabedor, de que não há nada mais valioso do que a vida e a ponte que liga os desejos as concretizações é feita de fé e esperança.

Resolveu manter-se vivo, começou a catar os cacos, empilhou as ansiedades, cheirou as flores, tocou as árvores, voltou para casa, beijou os filhos, deitou os quadros e foi dormir.  

Foi sonhar com Deus e com os seus ensinamentos, afinal queria acordar e poder diferenciar, de forma segura, o concreto do abstrato, o branco do cinza, o falso do verdadeiro, o amor da paixão e a vida, da perdição.

Cláudio Andrade. 


domingo, 17 de agosto de 2014

Lendo pensamentos


Acaso meus pensamentos pudessem ser lidos, muitos iriam me odiar, outros me amariam para sempre e alguns, entenderiam, que é preciso mudar para continuar na minha companhia. 

Cláudio Andrade

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Livre e livros


Um dia vai ser assim: uma longa mesa, a estante com infinitos livros e eu ali, imerso. Viverei de conhecimento, mas quando a fome chegar, você virá, como mágica, pronta para escrever a sua história, apoiando-se em mim, seu eterno rascunho.

 Cláudio Andrade

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Liberdade


Prefiro você de cabelos presos, pois só assim posso vislumbrar partes do seu corpo que os lindos cabelos escondem. Essa prisão, que daqui vejo entrelaçado por um esgarçado lenço é na verdade, liberdade de pele, de cheiro e de nós. 

 Cláudio Andrade.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Amor derrotado


Nossa como você cresceu. Agora está mais forte, belo, atraente e mordaz. Já sabe andar sozinho, tem pressa, sabe minhas deficiências e é sorrateiro; 

Iludiu minha razão a ponto de eu me tornar refém de sentimentos nunca dantes sentidos; 

Você foi covarde quando precisou e não me poupou de lágrimas e revoltas; 

Agora que me colocaste no chão, você ri e se deleita com minha angústia de não poder mudar o rumo das coisas; 

Pois é AMOR, eu que pensei que poderia vencê-lo, eis me aqui, DERROTADO.

Cláudio Andrade.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Esperança perdida


Você teve a oportunidade rara de me ver como vim ao mundo. Privar-me de seus toques foi uma decisão arriscada, pois NÃO há corpos disponíveis de forma honesta e vulnerável quando não se está amando de verdade. 

 Cláudio Andrade

sábado, 26 de julho de 2014

Perdido


Olhares estranhos poderiam ser transformados em beijos. Porém, acho que uma convicção burra, de que não haveria derrapagens na estrada da vida, fez você NÃO sair da zona de conforto. Agora temos um carro chamado RELACIONAMENTO, desgovernado e clamando por direção, antes que o PENHASCO se aproxime e leve, para o fundo, a nossa história. 

 Cláudio Andrade

quinta-feira, 24 de julho de 2014

A calda


Percebi que você é calda quente e saborosa a esquentar meu gélido corpo. Chamando-me para saborear-te em situações inusitadas, afinal por baixo das caldas há sempre algo fabuloso para degustar. Se nos meandros da calda estiver o seu copo, começarei pelas bordas, deixarei que se derreta nos meus lábios e rezarei para que o meu apetite não tenha fim. 

 Cláudio Andrade

terça-feira, 22 de julho de 2014

Testado


Não diga que eu sou gentil, educado e cativante, pois isso me cheira falso. Quero que você me provoque, para que os meus instintos aflorem, quebrem seus argumentos e invadam seu corpo. Aí sim, você saberá como é ser pega desprevenida. 

 Cláudio Andrade

sábado, 12 de julho de 2014

Marcado por ti


Se for para CRAVAR as unhas para que eu NÃO te esqueça, faça até SANGRAR. Pelo menos foi você, com VERACIDADE, que marcou a minha PELE e não, qualquer uma, ambiciosa e traiçoeira. 

Cláudio Andrade

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Eu lembro de você


Alguns prazeres desaparecem como um sopro de vento e outros ficam na memória, mesmo quando se está distante daquele corpo quente e desafiador, que tantas imagens impublicáveis geraram em sua companhia. Você é sempre FOGO, mesmo que seus olhos tentem passar uma imagem reta e inflexível.

 Sendo assim é nítido perceber que a sua fraqueza está no seu âmago. Nele existe tanto TESÃO que você desejaria ser duas, somente para poder separar o sexo do trabalho, para que um prazer NÃO atrapalhe o outro.

 Cláudio Andrade

domingo, 6 de julho de 2014

Êxtase eterno


Quantas vezes eu pensei que o tesão por você fosse algo situacional e que terminaria logo após você me deixar. Porém, senti, literalmente senti, que a sua despedida não encerra nada, pois sem você continuo em prazer contínuo, quase um prolongamento do que aconteceu naquele quarto improvisado. 

 Seu físico se foi, isso é fato, mas o cheiro, as marcas, os restos de roupa ainda povoam o meu canto, como se fossem estruturas eternas. A exaustão que se apodera de mim é mágica, pois revela a intensidade de sua FOME e do seu desejo de não parar NUNCA. 

 Cláudio Andrade

terça-feira, 1 de julho de 2014

O seu abandono


Por que ferir quem NÃO te feriu? 

Por que agrides que nunca te agrediu? 

Por que se afasta de quem jamais esteve longe de ti? 

Por que entregas a própria sorte, raízes antes, aparentemente, tão sólidas?

Por que permites morrer algo tão precioso e que deixou tantas lembranças? 

Por que NÃO viras poetisa para amenizar seu conflituoso coração? 

Caso queira, tenha-me como seu escritor. 

Pelo menos, ao te ver recitar, posso passar alguns minutos ao seu lado. 

Cláudio Andrade.

domingo, 29 de junho de 2014

O sabor do imprevisível


Quando o encontro é premeditado tudo é previsível e às vezes monótono. Porém, nas ocasiões em que não esperamos nada mais significativo do que um beijo, eis que surge seu corpo nu, quente e ávido por mim. 

Cláudio Andrade.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Entre pelos e segredos


Não queria tirar a barba. Nos meus pelos estão seus fluidos, seu cheiro e até alguns arranhões ocultos, fruto da voracidade do repentino encontro. Quando esses pelos foram caindo, e se esvaíram pelo ralo, deu-me a sensação de que aqueles momentos se foram, afinal foi de nossas bocas, ora juntas, ora solo, que nos extasiamos.

 Cláudio Andrade

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Não se mate


NÃO se jogue nesse abismo, pois não será entregando a sua vida que você saberá o motivo pelo qual quer morrer. Mesmo que estejas em frangalhos, lute, vibre e busque aquela energia, que somente os imortais são capazes de trazer do fundo do âmago. O desejo de morrer e de viver andam lado a lado, às vezes separados pela espessura de um fio de cabelo. 

Certo que não devemos desejar a eternidade, mas também NUNCA seremos os mais indicados para abreviarmos nosso próprio caminho. Não queiras morar em lugar que você não pavimentou. 

A morte provocada não lhe causará alento e sim, uma incerteza que você carregará para o INFINITO. 

 Cláudio Andrade

Se eu soubesse...

Se eu soubesse... 

Se eu soubesse tudo que passa na sua cabeça, talvez estivesse morto, vivo, triste ou feliz; 

Se eu soubesse tudo que passa na sua cabeça, eu poderia estar tomando outros rumos com ou sem você; 

Se eu soubesse tudo que passa na sua cabeça, eu não sairia da cama, só para continuar sentindo seu cheiro; 

Se eu soubesse tudo que passa na sua cabeça, saberia que nada é eterno e que você nem sempre será meu porto seguro; 

Se eu soubesse tudo que passa na sua cabeça, sofreria menos, imaginando a intensidade do seu prazer; 

Se eu soubesse tudo que passa na sua cabeça, saberia se o seu passado significa mais do que o nosso presente; 

Se eu soubesse tudo que passa na MINHA cabeça, já teria esquecido você. 

 Cláudio Andrade

terça-feira, 24 de junho de 2014

Aguardando você


Essa lágrima que escorre NÃO é pelo nosso maravilhoso PRESENTE e sim pelo medo de não conseguirmos escrever um FUTURO. 

Cláudio Andrade

O caos como herança


O histórico familiar pode ajudar ou destruir uma geração. Quando não há avanço, entendimento, luz e complacência, o CAOS é a única herança. 

 Cláudio Andrade

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Restos mortais


Qual alimento eu te ofereço? Meu corpo, minha mente, meus dotes? Se tu fores como dizem, insaciável, me tornarei apenas restos de um banquete que, com maestria, irás digerir o que de mais importante houver. As sobras, bem, as sobras, pelo que sei você entregará a própria sorte. 

Cláudio Andrade

A chama do amor


O fato de você dizer que AMA não te exime de manter a chama acesa. O FOGO pode ser brando em algumas fases, mas nunca extinto por omissão.

Cláudio Andrade

domingo, 22 de junho de 2014

O corpo


A decepção dessa geração é o corpo esbelto e a alma vazia. Alma sem leitura, sem informação, sem sonhos e sem argumentos. Um saco de ossos a serviço do NADA.

Cláudio Andrade.

Deixando o passado


Se eu pudesse vagar pelo mundo faria com entusiasmo retumbante; 

Deixaria para o passado coisas e pessoas, objetos e imagens, todas enfadonhas; 

Iria andar por lugares novos, com cheiro de terra molhada; 

Tentaria olhar novos rostos, sentir cheiros diferentes e tocar em corpos interessantes;

Seria homem, bicho, insano e amante; Entregaria cartas, venderia morangos, consertaria sapatos e plantaria rosas; 

Seria tudo que ainda não fui; Daria a minha inquieta mente a liberdade de me conduzir. Se os caminhos fossem realmente, os sonhados, ótimo, mas se não forem, estarei feliz em ter conhecido algo ou alguém que realmente tenha valido à pena. 

Cláudio Andrade.

Feminismo incoerente


Conheço várias meninas que se dizem feministas. Elas estão experimentando uma LIBERDADE que nunca tiveram e isso é fato. Porém, desconhecem a profundidade disso, pois NUNCA tiveram a sensibilidade de fazer uma leitura da história de vida das suas mães e avós. Gritar por LIBERDADE nos dias de hoje é fácil. 

 Cláudio Andrade

Lábios que exalam traição


Os mesmos lábios que trazem a excitação inesperada podem trazer as cortantes palavras da traição. São lábios de nuvem. Hoje apontam para um paraíso, amanhã anunciam o apocalipse. 

Cláudio Andrade.

A viagem


A cada dia você aprende algo. Hoje, quero revirar gavetas, achar fotos, lembrar do passado e apagar alguns presentes. Aprendi que Contemplar NÃO dói, não MACHUCA e é mais seguro.  
Cláudio Andrade.

O inverno


Hoje começa o INVERNO. Traz consigo o charme das roupas, o apetite das sopas, o desejo do corpo e o segredo dos ventos.

 Cláudio Andrade.

Um toque, mil palavras


Se o toque de minhas mãos no seu rosto pudesse transmitir todos os meus sentimentos, teríamos a sua face, ora alegre, ora triste.

 Cláudio Andrade.

A língua


A minha língua sempre tremeu com os seus beijos. Agora, ela se encolhe, pois de sua boca não sai mais as tentações esperadas. Seu músculo, agora, é porta voz de sussurros inaudíveis e de duras expressões que revelam como seu coração é traidor.

Cláudio Andrade.

Espíritos da praia


Voei até as areias do mar. Era tarde da noite e o vento trazia uma mistura de medo e espiritualidade. Havia muitos ao meu lado, mas sendo eu, um ser sem evolução, não pude contemplar a procissão de espíritos elevados que vagavam ao som das ondas. Eles foram felizes e a mim só restou à fadiga de não conseguir partir, junto, rumo ao desconhecido. 

Cláudio Andrade.

Revolta de um amado


Puxastes meus braços e pernas. 
Arranhastes meu rosto; 
Invadistes meu sexo; 
Tudo para me provar que NÃO tenho direito algum sobre você; Porém, não esqueça que é me ferindo que você consegue seu sopro de vida. 

 Cláudio Andrade

Entre gravatas e sutiãs


Quantas vezes você me enganou? Enquanto miragem me apresentava curvas belas, lábios convidativos e uma áurea que eu sempre quis me deixar levar pelo brilhantismo da luz.

Pequei em querer me aproximar, pois chegando perto, percebi que você é pecado, é dor, é labirinto que esconde verdades e que insiste em me apresentar portas de passagem, quase todas falsas. Cego de amor vou abrindo uma a uma.

 A cada ranger das aberturas, uma ferida, uma dor, uma decepção. Você me deu apenas uma porta certa e eu, a você, mil chances de começar de novo. 

 Cláudio Andrade.