Olhar para trás nem sempre é retroceder.

domingo, 10 de setembro de 2017
O prato dos sonhos
Não me diga que existe sobriedade ou racionalidade quando se ama.
Não me diga que nos comportaremos e nos manteremos serenos diante do amor;
Daqui, distante de você por apenas uma via, me vejo incomodado com as batidas do meu coração;
Dele emana um sentimento estranho, um choro represado, umas batidas desconexas que enraízam o amor e me faz perder em pensamentos;
Na cama real, amo de verdade e abstraio os obstáculos que existem;
Estamos juntos, em parcelas, verdade, mas pagando um longo financiamento que nos tem dado brilhantes momentos;
Essa história de amar, sei não, machuca, incomoda, desafia e nos torna valente;
Você hoje domina território sensível, fino, pulsante, mas desejoso do seu toque;
Quando o amor é enorme confundimos seus sinais com o de fome, dor no estômago, tristeza, irritação, mas no fundo é amor, que amor...;
A cara da gente muda, pois escorregamos com os olhos, nos esfregamos como dois animais no cio e quando tudo silencia partimos uma para o outro como animais famintos na melhor acepção da irracionalidade;
Esse amor envenena, transforma dias enfadonhos em tardes alegres e longas;
Não há chuva nem sol. Quando fazemos amor esquecemos as estações e as horas nos irritam, pois passam rápido demais;
Esse amor traz o famigerado ciúme que entra na gente, atenta nossa mente e nos faz, nos dias de muita saudade, dar vazão a uma infinidade de idiotices;
Dizem que os poetas se enfraquecem quando estão amando. Melhor seria escrever sobre o amor dos outros.
Quando se escreve sobre os nossos, nos abrimos tanto que o vento ultrapassa nosso corpo de forma aguda, tamanha vulnerabilidade corporal;
Quero conversar com esse amor. Quero dizer a ele que CLARA é a luz divina que emana dele.
Quero gritar que CLARA é a oportunidade de desejos lindos serem realizados;
Quero desejar que seja CLARA a vida ao lado desse amor.
Clarice Lispector já dizia que a saudade é como um pouco de fome: só passa quando se come a presença.
Cadê você, meu prato dos sonhos?
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