Olhar para trás nem sempre é retroceder.

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terça-feira, 18 de julho de 2017

Há ciúmes



Há ciúmes

Como alguém em sã consciência pode dizer que não tem ciúmes de quem deseja ou ama? Não quero pensar em você sendo tocada, beijada e possuída por outro. 

Isso dói, machuca, dilacera e torna o amante, que se considera, o único homem seu, de mãos atadas. 

Aquelas mãos que você ama, que segura seu sexo por completo e que te toca até que tudo esteja perfeitamente encharcado esperando ser penetrada com todo amor do mundo. 

Como o que você me diz, suada e com a língua na minha orelha pode ser compartilhada com outra pessoa? 

Como o sexo gostoso que fazemos tendo os espelhos como testemunhas podem ser reprisadas com outro ator? Será que a liberdade de cheiro e de corpo também existe quando você, inadvertidamente, se encontra nos braços de outro? 

Eis me aqui, morrendo aos poucos de ciúme todas as vezes que te deixo naquela casa, onde sei que não estarei olhando dentro dos seus olhos e revelando para meu corpo, seus mais íntimos desejos. 
Ciúme que abala a paciência, o ânimo, o humor, o físico e amante. 

Ciúme que dá raiva, medo de perder e de beijar-te pela última vez. 

Não me traias, mesmo sabendo que se deitares com outro não estará ali e sim, aqui, pensando em mim, seu verdadeiro homem.

Aí, onde você se encontra tudo é abstrato e aqui, onde contemplo você nos seus sonhos, a realidade de ontem é a minha inseparável companhia. 

Não sonho mais com os sonhos vindouros, pois acumulo e compartilho com meu alter ego as sensações corporais quando você beija meu peito e faz dele, com a sua língua, nosso sexo fantasioso. 

Amo-te e começo a não suportar seu corpo fora do meu, afinal você chegou para completar seu ciclo junto a mim, meu xodozinho.

Cláudio Andrade.

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