Olhar para trás nem sempre é retroceder.

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sábado, 17 de junho de 2017

Os órfãos do aroma


Há cheiros que poderiam voar de jardim em jardim, de castelo em castelo e de cama em cama despertando os amantes no meio de seus devaneios. 

A sua essência vaga pelos quartos e deflagra loucuras de amor quando chegam as nossas narinas; 

És perfume de calor, de amor, de luxúria e de prazer; 

Perfume que esconde nosso pensar, nosso desejo e nossos segredos; 

Cheiro que nos desequilibra, derrama nossos pecados e atormenta a nossa mente; 

Cheiro que invade nossos pensamentos mais escondidos e levanta nosso espírito arrepiando nossa pele; 

Essência covarde que não nos deixa fazer defesa; 

Invade, desnuda, quebra e ri de nossa fragilidade; 

Persegue-nos por gerações, anos a fio e sempre nos faz lembrar do passado bom, frágil, mas inesquecível. 

 Que cheiro é esse que penetra, instiga, provoca e tem até gosto? 

És o teu cheiro amor, entranhado em mim e por causa de ti.

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